- Main
Existências e resistências em Água, uma novela rural do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho
Abstract
Este artigo analisa a representação das águas e do sujeito coletivo em Água, uma novela rural do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho. Observamos primeiramente a trama de linguagem do romance, seus procedimentos de enunciação e de representação. Inferimos que a água é o elemento-chave, a personagem principal em torno do qual gravitam os demais personagens que enformam a comunidade. Em seguida examinamos a novela à luz do paradigma epistemológico da colonialidade. Concluímos que em suas temporalidades cruzadas remanesce a subalternidade do sujeito, em particular do feminino, oprimido por hierarquias redivivas; e também que em sua existência acossada por urgências este sujeito delineia-se na obra como condenado da terra, sem futuro à vista, sem perspectivas de emancipação. Analisamos ainda o romance como discurso que engendra resistência estética ao dar visibilidade ao anônimo e ao arquitetar dissensos que reclamam uma nova partilha do sensível. Esta investigação bibliográfica fundamenta-se em estudos literários e sociológicos, estéticos e filosóficos, pós-coloniais e decoloniais.
Main Content
Enter the password to open this PDF file:
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-